Expositor Cristão: existe competitividade no Ministério Pastoral?

Quando analisamos o contexto religioso brasileiro e, de forma mais específica, a realidade da Igreja Evangélica, rapidamente fica muito claro que vivemos um tempo de muitas distorções em nossa realidade eclesiástica. Podemos enumerar, apenas de forma simplificada, algumas dessas distorções, como a perda da identidade, “modismos” que se repetem como fórmulas mágicas para a mediação do sagrado e para a manipulação das massas, a busca desenfreada pelo crescimento, a falta de cooperação e de uma construção comunitária que ultrapasse os limites denominacionais, entre outros.
 
Essas distorções ficam ainda mais intensas quando analisamos o ministério pastoral. Neste sentido, precisamos necessariamente refletir sobre o que entendemos sobre “Vocação e Carisma” Pastoral. Podemos definir “vocação” como algo específico do ser completamente imerso em um processo de construção e significação de sua identidade. 
 
Não resta dúvida que diante do chamado divino somos colocados em uma difícil situação. Aceitá-lo significa assumir um compromisso que ultrapassa os limites de todo individualismo, e mais do que isso, significa aceitar as próprias limitações como condição essencial de serviço. Na Bíblia, podemos visualizar essa afirmação quando o apóstolo Paulo escreve à igreja de Corinto as seguintes palavras: “Mas este tesouro nós o carregamos em vasos de argila...”. (cf. 2 Cor 4.7)
 
Esse quadro tão amplo e ao mesmo tempo tão contraditório nos apresenta a especificidade do ministério pastoral na atualidade. Afinal de contas, o que significa ser pastor e pastora na sociedade contemporânea? De acordo com Jean-Paul Willaime, o modelo atual de pastorado está imerso em um processo de esvaziamento, cuja principal consequência é a profissionalização do papel pastoral. 
 
Essa suposta “profissionalização do pastor e da pastora” tem introduzido gradativamente uma mentalidade de competitividade. Os modelos de megaigrejas, presença na mídia, subsídios acima da realidade média de boa parte da sociedade são tidos como ministérios bem-sucedidos e, de forma geral, acabam por gerar a aspiração do alcance de tais patamares como um meio lógico da demonstração da bênção divina. Na verdade, muito aquém da bênção divina, percebemos que essa suposta competitividade tem sido um entrave para a vida e para a missão da igreja. 
 
Por tudo isso, e muito mais, podemos entender que ser pastor ou pastora na atualidade é estar envolto em um emaranhado processo de construção psicossocial. Processo que se desenrola de forma turbulenta, gera crises pessoais e sociais. Possivelmente as crises pessoais sejam as mais recorrentes e as mais duradouras nas vidas de pastores e pastoras. 
 
Suas causas podem ser apreendidas a partir das constantes rupturas presentes na vida do pastor e da pastora, como a constante itinerância. E nesse processo de constantes rupturas, a solidão desponta como um fator agravante das crises pelas quais pastores e pastoras são acometidos. 
 
Uma maneira de superar a suposta competitividade ministerial, bem como a solidão, é a valorização e a construção de vínculos profundos de amizade. Muitas vezes o pastor e a pastora se perdem no trabalho, no ministério e acabam por esquecer o valor da simples amizade. Multiplicam-se os Pequenos Grupos de Pastoreio de Pastores e Pastoras que, mais do que um projeto institucional, é uma ação que em linhas gerais, ao longo de uma caminhada conjunta, quer gerar no interior do ministério pastoral o conhecimento profundo a ponto de vivenciar a liberdade para a abertura do coração para uma amizade sincera, em que o fazer seja completamente destituído em detrimento do ser. Stu Weber, em seu livro “Um Abraço Amigo”, destaca que uma verdadeira amizade passa pela aceitação, afirmação, acompanhamento e autoridade espiritual, em que reconhecemos e relembramos a presença constante e atuante da graça divina em nossas vidas e em nossos relacionamentos.
 
Mais do que nunca, se faz necessário ressignificar o ministério e o carisma pastoral, bem como promover o resgate da autenticidade e integridade da figura pastoral, entendendo amplamente a humanidade do ser humano, que se dispõe a ser instrumento para a ligação entre Deus e a humanidade. 
 
“Quem está à altura de tal missão?” (cf. 2 Cor 2.16) – em suma, podemos dizer que nenhum ser humano possui em si mesmo a condição de realizar tal missão, tão infinita quanto o universo e tão incompreensível quanto o amor, mas, do mesmo modo que o universo se desdobra diante de nosso fascínio e o amor se revela em meio ao caos, o chamado, a vocação e o carisma marcam alguns seres humanos de uma forma especial. Tão especial que é impossível dizer não, quando em nosso interior ressoa a voz do Criador, que ao mesmo tempo desnuda o horizonte e aponta o caminho para a construção de um mundo melhor. 
 
* Pr. Luciano Martins da Silva, Igreja Metodista em Cândido Mota/SP. Para ver o artigo original publicado no Expositor Cristão pode abrir este link: http://www.metodista.org.br/expositor-cristao-existe-competitividade-no-ministerio-pastoral#sthash.vt41ncwD.dpuf

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