"Construindo um Mundo Novo" no Brasil
por Linda Unger
Quando um grupo misturado de agricultores sem terra tomaram possessão pela primeira vez da terra que ao final tornaria-se o colonato Cristina Alves no nordeste do Brasil, eles seguramente tinham suas dúvidas. O solo esgotado, a grama seca, e os capangas armados que guardavam a terra deveriam ter-lhes dado uma pausa. No entanto, ao longo dos anos, os agricultores no empoberecido estado de Maranhão têm adulado promessa da terra abusada. Com o empregamento de práticas sustentávels e respeitosas da terra, estão retornando o solo a um estado rico em flora e produtiva que beneficia suas famílias e sua comunidade.
Os residentes de Cristina Alves trabalham juntos. Eles têm reservado o 35 por cento do colonato como reserva natural, através do qual eles pretendem promover um equilíbrio ecológico, expandir a floresta, restaurar as bacias hidrográficas, e aumentar a produção dos alimentos. Também instalaram uma fazenda modelo para experimentar com a diversificação do cultivo (ou “poli-cultura”) e com outras práticas agro-ecológicas, como a alternação das fileras de pés de abacaxi com fileras de outros tipos de árvore para lenhar. Esses agricultores vão logo procurar replicar o que aprederam na reserva nas suas pequenas terras próprias.
Acesso e título da terra
Organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, conhecido pela sigla local, MST, com o apoio de Grassroots International, uma organização não governamental (ONG) com sede em Boston, Massachusetts, agricultores pobres de todo o Brasil estão ocupando e ganhando título para terras maltratadas ou abandonadas. Construíndo uma nova vida para si, eles estão fazendo uma cavidade na enorme lacuna entre aqueles com a terra e aqueles sem-terra, ricos e pobres no Brasil.
Seu esforço é apoiado pelo Comité de Ajuda Metodista Unida (UMCOR), através do seu programa de Agricultura Sustentável e de Segurança Alimentaria.
“Sem acesso e título seguro à terra ", disse Alice Mar, que lidera programa agrícola do UMCOR", juntamente com o conhecimento e os recursos para a fazenda de forma sustentável que a terra, é praticamente impossível para as famílias rurais satisfazer as suas necessidades alimentares e nutricionais, escapar da pobreza, ou realizar o seu potencial. “
Mar também apontou que, enquanto o Brasil é considerado um país relativamente rico, e um fato, que classifica 16 dos 141 países em termos de desigualdade econômica-intencionado, disse ela, que "apenas 15 países do mundo têm uma maior disparidade entre ricos e pobres. "O Brasil também tem um dos níveis mais altos do mundo de propriedade da terra concentrada, com cerca de 1 por cento dos proprietários da terra brasileiros possuem cerca de 45 por cento de todas as terras do país. "Agronegócios agarram tanta terra quanto eles podem," Mar observou. "Debido as suas práticas de cultivo esgotam a terra depois de apenas alguns anos, eles têm de adquirir continuamente novas terras, a fim de continuar seus negócios".
Através do trabalho de Grassroots Internacional e MST, centenas de milhares de famílias brasileiras ganharam com sucesso o título à terra. Outros 150.000 continuam nessa luta. Porque a terra disponível, muitas vezes tem sido esgotadas e abandonadas pelo agronegócio, Mar disse, "é vital que estas novas comunidades aprendam maneiras sustentáveis e equitativas para reconstruir os seus recursos agrícolas e criar estruturas de governança justas e representativas".
Agroecologia
O colonato Cristina Alves está continuamente em procura de novas formas de empregar métodos agrícolas, terras-amigáveis e sustentáveis. Além do desenvolvimento de uma reserva natural e um sistema de policultivo, mencionado anteriormente, os agricultores residentes também estão plantando leguminosas fixadoras de nitrogênio para fertilizar o solo, o desenvolvimento de um projeto de compostagem orgânica, e a construção de um viveiro de multiplicar sementes nativas para distribuição entre as famílias de agricultores.
Todas essas são práticas agroecológicas. "Agroecologia," Mar explicou, "refere-se a práticas agrícolas que levam em conta as relações naturais ou ambientais na área a ser cultivada e na terra que o rodeia." É uma abordagem que ajuda a terra e outros recursos naturais recuperar de danos do passado causada por cultivo insustentável. Práticas agroecológicas visam sistemicamente restaurar e manter um ambiente saudável, minimizando insumos artificiais (tais como fertilizantes químicos), e gestão de pragas agrícolas, plantas daninhas e doenças de uma maneira natural.
Em agroecologia, a terra cultivada é entendida como parte de um quadro ambiental mais amplo, incluindo a comunidade humana. "Agroecologia leva em conta os efeitos da agricultura sobre a água, energia e outros recursos comuns," Mar assinalou. "Agroecologia está preocupado com a forma como a agricultura pode ser empregado para o bem coletivo --fazer avançar a comunidade e não apenas a família agricola individual."
Ela ressaltou que o trabalho UMCOR está apoiando com e através de seus parceiros no Brasil é uma abordagem modelo para o trabalho Agricultura Sustentável e Segurança Alimentaria da UMCOR. "Ele constrói a capacidade dos agricultores locais através de entradas específicas e apropriadas (tais como ferramentas e sementes) e fornece-los com treinamento em práticas que são ambos ambiental e economicamente sustentável. Ele também constrói a capacidade de liderança dos organizadores da comunidade e dos jovens e constrói parcerias com especialistas brasileiros em agroecologia, "Mar continuou.
Esses peritos estão trabalhando não apenas sobre a segurança alimentaria, mas na soberania alimentaria, Mar acrescentou, "onde as pessoas adquirem o conhecimento e poder para tomar decisões sobre o que os seus sistemas alimentares parecem."
Outro sítio de colonização
Em outro assentamento de agricultores sem-terra -- Chico Mendes III no Estado de Pernambuco-os agricultores estão usando a "regra de agroecologia", pelo qual todos os alimentos produzidos no assentamento é cultivado de acordo com práticas agroecológicas. "Eles reconhecem que, através de agroecologia, eles estão trazendo saúde para a comunidade e com a Mãe Terra", disse Jovanna García Soto, coordenador do Grassroots Internacional Brasil, que visita assentamentos e acampamentos.
Ulises Firmino da Silva é um dos fazendeiros aqui que se tornaram hábeis em agroecologia. "A terra é meu professora," ele disse simplesmente. Sua esposa, María, que trabalha com ele, criou um banco de sementes. Lá, ela recolhe e conserva sementes para todas as famílias do assentamento Chico Mendes III. Usando práticas agroecológicas, os da Silvas e outros colonos foram capazes de diversificar a sua produção, melhorar a qualidade dos alimentos para as suas famílias, e aumentar a sua renda familiar com a venda de alguns dos seus produtos no mercado dos fazendeiros municipais.
María é orgulhoso da vida que ela, Firmino, e os outros colonos estão fazendo em Chico Mendes III. Eles realizaram título de suas terras há mais de seis anos. "Este é um pequeno espaço onde estamos construindo um mundo novo", diz María.
* Linda Unger é escritora para a Junta Geral de Ministérios Globais. Este artigo foi publicado originalmente na edição de maio-junho 2015 edição da revista New World Outlook. Usado com permissão. - Veja mais em: http://www.umcmission.org/find-resources/new-world-outlook-magazine/2015/may/june/0702buildinganewworldinbrazil#sthash.Io1nsRBO.dpuf
** Amanda M. Bachus é escritora e tradutora independiente.
- Veja mais em: http://www.umcmission.org/find-resources/new-world-outlook-magazine/2015/may/june/0702buildinganewworldinbrazil#sthash.Io1nsRBO.dpuf