A integridade como valor inegociável do Evangelho

Kevin DeYoung, um jovem pastor norteamericano, comenta que podemos ter dois amigos, dois hobbies ou dois empregos. Mas não dois senhores, porque escravidão é uma coisa absoluta. Jesus ensina que não é possível servir a dois senhores, porque a gente acaba amando a um e desprezando o outro (Mateus 6.24). Ou colocando as coisas de um em primeiro lugar e relegando ao  outro as segundas opções.

É interessante como coisas óbvias nos chocam. Sintome envergonhada em perceber o quanto em mim ainda se debate entre duas ideias, dois propósitos ou até mais! Como é fácil desviar-me do que é importante e dar valor ao secundário. Foi por isso que a Igreja se desviou muitas vezes da missão. Dividiu-sem partidos religiosos, assumiu posturas político-ideológicas de modo radical, perseguindo que pensava diferente, e envolveu-se em causas sociais que, embora importantes e pertinentes, não eram a sua missão principal. Assim, mitigou-se o anúncio do Evangelho, da necessidade do arrependimento e da conversão para a salvação e a vida eterna em Jesus.

Isso trouxe tantos problemas ao longo dos anos que até hoje estamos aqui, tentando acertar e ainda errando. Com nossos erros, fazemos pessoas sofrerem, nos afastamos do próximo e de Deus, damos um mau testemunho público ou recaímos nas temáticas dos sacerdotes e levitas que passam de largo (Lucas 10.25ss). Ou nos debatemos a fazer muitas obras, mesmo sem o crivo da fé (Tiago 2.14-26).

Enfim, nos dividimos interiormente como pessoas e comunitariamente como corpo de Cristo. As divisões escandalizam. Os escândalos fazem com que as pessoas se afastem da fé. O afastamento leva à incredulidade. E a morte instala-se no lugar da vida plena que devíamos oferecer pelos méritos de Jesus, que morreu por nós.

O Pastor Kingspride, missionário metodista no Gana, nos lembrou recentemente numa visita ao Brasil que a igreja tem feito muita coisa em nome de Deus que Deus não pediu para fazer. Tem se tornado uma prestadora de serviços ao invés de uma agência da graça. Tem condenado como um tribunal ao invés de entender que a promessa diz que o Espírito seria derramado sobre toda a carne, e não apenas sobre as carnes que achamos mais pertinentes ou parecidas conosco. Que o Espírito de Deus está sobre lugares que a gente não admite e sobre pessoas com quem não gostaríamos de partilhar o Evangelho. Duramente, nos advertiu que Deus chamou os/as judeus/as para serem os/as portadores/as de suas boas-novas. Com a recusa daquele povo em abrir-se ao amor aos outros povos, resguardando só para si a aliança, Deus, em Cristo, levantou a Igreja. Mas bem pode ser que essa graça de sermos colaboradores e colaboradoras com Deus nos seja subtraída da mesma maneira, se também nos recusarmos a abrir nossa vida, coração e prática a amar ao próximo que Deus criou e não apenas o próximo que se parece conosco.

Tenho achado dura esta palavra. E é porque ela me confronta. Integridade é um estado de ser inteiro, sem rachaduras, sem manchas, ruga ou mácula.

Um estado de uma pessoa capaz de alinhavar seu discurso e sua prática com a linha mesclada da coerência. Como isso é difícil! Prova disso é o quanto nós, como Igreja de Cristo, nos encontramos em um estado de tensão, de separação e de dúvida que não opera a graça e o amor de Jesus. O desespero daí resultante, como lembra Kierkgaard, é o pecado que não tem perdão, a blasfêmia contra o Espírito Santo, porque no fundo, no fundo, estamos a afirmar que Deus não pode fazer o que Ele se propôs nas Escrituras. Na prática, vivemos de modo oposto ao que pregamos. Nossa desintegração é visível aos olhos e escândalo para quem não crê. Como vencer esse pecado?

Acredito que um passo importante é a gente começar pelo básico: o arrependimento. Nos/as crentes, diz João Wesley, o arrependimento é o conhecimento de si como ser humano pecador diante de Deus. Reconhecemos que a desintegração dos nossos valores compromete a integridade do nosso serviço e do nosso testemunho. Corremos o risco da injustiça, do desamor, da exploração de posições ou do poder do discurso, minamos a fé e a esperança das pessoas, descuidamos da família, do mundo como obra de Deus e prestamos um desserviço ao Evangelho de Cristo.

Ao contrário, a integridade promovida pelo arrependimento assume a cada dia o caráter esperançoso e transformador da conversão. Kingspride nos mostrou em suas ministrações que Jesus era íntegro no propósito e na prática. Ele não quis ser rei nem aceitou honrarias no contexto judaico. Ele veio para levar as pessoas a uma experiência de salvação e se manteve fiel a este propósito de cumprir a vontade do Pai. Por isso, ele ensinava de modo a formar uma base sobre a qual a pregação poderia levar a uma resposta mais efetiva do ouvinte. Uma vez ensinado e tendo respondido à pregação, este ouvinte, homem ou mulher, poderia receber a cura de seu corpo ou alma enfermados. E depois de fazer isso, comovido pela multidão das ovelhas sem pastor, tocado pelo iminente prejuízo da colheita madura sem trabalhadores/as suficientes, Jesus compartilhou de si mesmo para gerar tais colaboradores/as (Mateus 9.35-38).

A igreja que não é íntegra em seu arrependimento, em seu caráter e em seu serviço pode colocar a perder todo o esforço de Jesus. O tempo de percebermos isso e de nos movermos para a unidade do corpo e para a integridade prática é urgente e é agora. Se discípulos e discípulas nos caminhos da missão servem com integridade, os valores do Reino aparecem em tudo o que fazem, porque não apenas fazem o que Deus mandou, mas fazem do jeito como Deus faria – gerando justiça, paz e alegria (Romanos 14.17).

* Bispa Hideide Brito Torres es a Presidente da 8ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista do Brasil. Para ver o artigo original publicado no Expositor Cristão, abra aqui.

Temas Sociales
La Pastora Jackeline Vives coordinadora de abogacía y estrategia (izquierda), la Revda. Rosanna Panizo coordinadora de Educación en Abogacía (derecha) y la Dra. Emma Escobar presidenta de MARCHA (centro), moderaron el seminario web "Escuchando Nuestra Esperanza" en el cual participaron líderes hispano latinos de las diferentes jurisdicciones de La Iglesia Metodista Unida. Captura de pantalla Rev. Gustavo Vasquez, Noticias MU.

MARCHA organizó seminario web en apoyo a ministerios con migrantes

Las políticas migratorias del actual gobierno, está afectando la vida cotidiana de muchas familias migrantes en EE.UU. y Puerto Rico y se denuncian atropellos y violaciones a los derechos humanos, en medio deportaciones masivas. Iglesias y líderes están acompañando a muchos de los afectados en sus comunidades.
Entidades de la Iglesia
Algunos/as de los/as miembros del Comité Ejecutivo del Plan para el Ministerio Hispano-Latino de La Iglesia Metodista Unida. De izquierda a derecha (de pie): Rev. René Pérez, Raúl Alegría, Revda. Dra. Lydia Muñoz, Obispa Sandy Olewine, Obispa Lizzette Gabriel Montalvo y Jen Ihlo, Rev. Dr. Rodrigo Cruz. Sentados/as: Dra. Emma A. Escobar, Revda. Ella Luna Garza, Revda. Fabiola Grandon-Mayer y el Rev. Giovanni Arroyo. Foto cortesía del Plan para el Ministerio Hispano-Latino (PMHL).

Comité del Plan para el Ministerio Hispano-Latino se reunió en Baltimore

La reunión correspondiente a periodo de primavera, coincidio con la de la Junta Directiva de GCORR, por lo que fue una buena oportunidad para fortalecer las relaciones y trabajo conjunto de ambas organizaciones.
Faith Sharing
Revda. Dra. Lydia Muñoz.

Cuaresma de Solidaridad

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