Após assassinato, bispos pedem paz

Pontos principais:

  • Bispos metodistas unidos pedem orações e ações pela paz após um tiroteio em uma escola e o assassinato do ativista Charlie Kirk.
  • Eles escreveram enquanto pessoas de todo o espectro político debatem o legado de Kirk, cuja morte ocorre após um número crescente de atos de violência motivados politicamente.
  • Os bispos condenaram veementemente a violência em todas as suas formas e pediram aos fiéis que imitassem Jesus.

Depois de um dia em que houve um tiroteio em uma escola no Colorado e um assassinato em Utah, os bispos metodistas unidos nos EUA estão convocando os fiéis a serem pacificadores.

“Enquanto os Metodistas Unidos se reúnem para o culto nos próximos dias, convocamos vocês à oração e à ação significativa contra a violência como meio de resolução de disputas”, disse a presidente do Conselho dos Bispos, Tracy S. Malone, em uma declaração em nome dos bispos. Malone também lidera a Conferência de Indiana.

“Pedimos aos Metodistas Unidos que promovam ativamente uma cultura de compreensão, respeito e resolução não violenta de conflitos”, escreveu ela.

Malone e outros bispos estão incentivando a busca pela paz, pois veem a violência política e os tiroteios em escolas aumentando.

Em 10 de setembro, um atirador tirou a vida do ativista conservador Charlie Kirk, que discursava na Universidade Utah Valley, em Orem, Utah. As autoridades anunciaram em 12 de setembro que um homem de 22 anos de Utah está preso em conexão com o tiroteio

Poucos minutos após Kirk ser baleado, um jovem de 16 anos atirou e feriu gravemente dois colegas antes de se matar na escola local em Evergreen, Colorado. O gabinete do xerife local afirma que o atirador da escola foi "radicalizado por alguma rede extremista", e o Denver Post descobriu que ele defendia visões supremacistas brancas online.

Perto dali, a Igreja Metodista Unida Evergreen mobilizou-se imediatamente para cuidar da comunidade escolar traumatizada. A escola está localizada no mesmo condado do Colorado onde o massacre de dois estudantes na Escola Secundária de Columbine, em 1999, resultou na morte de 14 pessoas.

Os tiroteios — ambos em campi escolares — ocorreram apenas algumas semanas depois que os Metodistas Unidos dos EUA se uniram em luto pelas vítimas de um tiroteio em massa em uma igreja católica e escola em Minneapolis.

“Entre as nações desenvolvidas, os EUA são um caso à parte, com incidência extremamente alta de homicídios e violência armada”, disse a Bispa Kristin Stoneking, da Conferência Mountain Sky, em um comunicado logo após os dois tiroteios. Sua área abrange igrejas Metodistas Unidas em Montana, Wyoming, parte de Idaho, além de Colorado e Utah.

“A violência se tornou o ar que respiramos e a água em que nadamos. Como coletivo, nos acostumamos demais a ela, até que ela nos atinge pessoalmente”, escreveu ela. “Mas a verdade é que tudo isso é pessoal. Como comunidade humana, a violência que afeta um de nós afeta a todos nós.”

Ela e outros bispos escreveram que muitos em todo o espectro político dos EUA estão lutando com o legado de Kirk, que morreu aos 31 anos. O cofundador da Turning Point USA organizou com competência e conquistou a admiração de jovens evangélicos conservadores cristãos, especialmente os jovens. Ele foi marido, pai e aliado querido do presidente Trump, que pediu que as bandeiras dos EUA ficassem a meio mastro em homenagem a Kirk até a noite de 14 de setembro.

Kirk também era um provocador conhecido, que dirigia retórica de ódio contra pessoas LGBTQIA+, bem como minorias raciais e étnicas. Ele denunciou o Reverendo Martin Luther King Jr. e a Lei dos Direitos Civis de 1964. Ele despertou temores de que imigrantes estivessem substituindo americanos brancos. Após um tiroteio em uma escola cristã em Nashville, Tennessee, ele disse que valia a pena o custo de algumas mortes por armas de fogo para preservar os direitos da Segunda Emenda. No momento em que foi baleado, ele estava respondendo a uma pergunta sobre violência armada.

Bispos metodistas unidos, assim como líderes democratas e republicanos, condenaram inequivocamente o assassinato e ofereceram orações de conforto aos seus entes queridos.

“Não mudaremos essa cultura de violência com mais violência”, disse Stoneking. Jesus escolheu outro caminho, observou ela, mesmo diante de uma morte brutal nas mãos das autoridades romanas.

“Pouco antes de a violência deste mundo o atingir, Jesus disse: ‘Guarde a sua espada no lugar, pois todos os que lançam mão da espada morrerão pela espada’”, escreveu ela, citando Mateus 26:52. “Essa violência não é o nosso estilo de vida.”

A bispa Debra Wallace-Padgett, que lidera as conferências de Holston e West Virginia nos Apalaches, disse que além de rejeitar a violência, os metodistas unidos devem escolher ativamente o amor, a civilidade e a compaixão.

“Nosso mundo não precisa de mais vozes que inflamem a raiva ou aprofundem a divisão”, escreveu ela em um comunicado. “Precisa de cristãos que personifiquem o amor reconciliador de Cristo na esfera pública, bem como em nossas vidas privadas.”

A morte de Kirk parece ser a mais recente onda de violência politicamente motivada nos EUA. Elas incluem:

·       Um ataque a funcionários dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças que resultou na morte de um policial de Atlanta.

·       O assassinato de uma legisladora estadual democrata e seu marido e o assassinato a tiros de outro e sua esposa em Minnesota.

·       O atentado à residência do governador democrata da Pensilvânia.

·       O tiroteio fatal de dois funcionários da embaixada israelense em Washington, DC.

·       O assassinato do diretor executivo da United Health Care.

·       Ataques ao escritório de campanha da então vice-presidente Kamala Harris no Arizona.

·       As duas tentativas de assassinato de Trump no ano passado.

“Isso tem que acabar”, escreveu sucintamente a Bispa Dottie Escobedo-Frank, da Conferência Califórnia-Pacífico. “A violência nunca é a resposta. Um dos nossos mandamentos e guias básicos para viver em comunidade é 'Não matarás'.”

Os tiroteios desta semana também acontecem num momento em que os EUA comemoram o 24º aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

“Não há racionalização que possa legitimar o terror que estamos infligindo uns aos outros como seres humanos”, escreveu a Bispa Laura Merrill no Facebook. Ela lidera as conferências de Arkansas, Oklahoma e Oklahoma Missionary.

Ela observou que os últimos atos de brutalidade ocorrem num momento em que os militares estão sendo usados para policiar civis nos EUA, enquanto civis na Ucrânia e em Gaza estão sob ataque, e agentes federais mascarados receberam permissão para deter pessoas com base em sua aparência, fala e modo de vida.

“Devemos orar, lembrando que o verdadeiro propósito da oração nunca é mudar o coração de Deus, mas mudar o nosso”, escreveu ela. “Devemos ouvir e aprender, tentar compreender através da brecha. … Devemos nos mover, nos colocar ao lado dos vulneráveis que sempre acabam no fundo desses poços. E devemos falar de maneiras corajosas que edifiquem o amor e a comunidade.”

Os Metodistas Unidos devem fazer mais do que se manifestar, disse o Bispo Héctor A. Burgos Núñez, que lidera as conferências de Upper New York e Susquehanna.

“Estes são dias para a igreja ser vista — proclamando o evangelho com ousadia, sendo o amor de Cristo em ação e estando lado a lado com nossos semelhantes em todos os lugares”, escreveu ele em uma declaração. “Esse é o caminho que escolho. Esse é o testemunho que darei.”

A bispa LaTrelle Miller Easterling, que lidera as conferências Baltimore-Washington e Peninsula-Delaware, tem ajudado os metodistas unidos em sua área a continuar o ministério de forma não violenta e a proteger os vulneráveis enquanto tropas e agentes armados patrulham seus bairros.

“Devemos compreender e manter sacrossanto o fato de que pertencemos uns aos outros”, disse ela em um comunicado. “Nossas obrigações transcendem a ideologia. Continuemos a nos comprometer com um caminho de paz, onde a discordância não leve à morte e onde a comunidade amada, que exige respeito mútuo e a proteção dos direitos humanos básicos, não seja um sonho, mas uma realidade que vivenciamos a cada dia.”

A Igreja Metodista Unida surgiu em um momento igualmente tumultuado, sob a sombra de assassinatos políticos e do conflito do Vietnã. A Conferência de União, onde as igrejas Metodista e Evangélica dos Irmãos Unidos se uniram oficialmente, ocorreu apenas 19 dias após o assassinato de King.

“O nascimento da Igreja Metodista Unida em abril de 1968, poucos dias após o assassinato do Dr. King, nos lembra que a unidade em meio à crise pode ser um testemunho radical”, disse Ashley Boggan, renomada historiadora da igreja e alta executiva da Comissão Metodista Unida de Arquivos e História.

“Quando o mundo se sentiu dividido em termos raciais, políticos e morais, os Metodistas Unidos entenderam que a reconciliação exigia mais do que declarações — exigia ações visíveis: vigílias nas ruas, parcerias com líderes dos direitos civis e defesa da paz para que o testemunho da igreja estivesse tão presente na esfera pública quanto no púlpito.”

Hoje, ela disse, os Metodistas Unidos são mais uma vez chamados a se unir e permanecer corajosamente dentro e fora dos muros da igreja "como um povo comprometido com a justiça, a paz e o valor sagrado de cada vida".

Stoneking convidou os Metodistas Unidos a orarem a Deus para guiar seus passos em direção a um país e um mundo onde as escolas sejam lugares verdadeiramente seguros de aprendizagem.

Ela também pediu orações por um momento em que "as igrejas realizem um culto noturno para as daily vespers (vésperas diárias em português, se referindo a uma popular forma de oração), não em resposta à dor da violência e da perda" e "nos mantenhamos unidos com a dignidade e o cuidado com que Deus cuida de cada um de nós".

 

* Hahn é editora assistente de notícias da Notícias MU. Entre em contato com ela pelo telefone (615) 742-5470 ou pelo e-mail [email protected]. Para comunicar com Notícias MU você pode ligar para 615-742-5470, [email protected] o IMU_Hispana-Latina @umcom.org.

**Sara de Paula é tradutora independente. Para contatá-la, escreva para [email protected].

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