Comunidade em Angola Leste comenta impacto do Projecto Yambasu

Pontos Chaves:

  • Líderes destacaram que o projecto representa o verdadeiro evangelho praticado e não falado.
  • União e trabalho são essenciais para a mudança e transformação das comunidades desfavorecidas.
  • Embora a pobreza não possa ser completamente erradicada, o projeto pode melhorar significativamente as condições de vida das famílias.

Uma série de discursos inspiradores foram partilhados pelos líderes comunitários, representantes do Projecto Yambasu e outros intervenientes, que destacaram os avanços e desafios enfrentados pelas comunidades envolvidas. As declarações foram registradas na comunidade de Kimbamba, em Angola, durante o mês de Janeiro do corrente.

O projecto visa promover a sustentabilidade e reduzir a pobreza no seio das comunidades, através de iniciativas agrícolas, que têm sido uma luz de esperança para muitas aldeias da região. Também tem por objectivo promover a segurança alimentar, sustentabilidade e reduzir a pobreza e a dependência em comunidades rurais.

“O Projecto Yambasu veio para nos ajudar e nos tirar da pobreza, […] este projecto representa o verdadeiro evangelho praticado e não falado,” disse Henriques Mufuma Costa Cassanje um dos líderes comunitários.

Mulheres das diversas comunidades de Kimbamba exibem os seus materias de produção agrícola. Kimbamba, Milange. Foto de João Nhanga.
Mulheres das diversas comunidades de Kimbamba exibem os seus materias de produção agrícola. Kimbamba, Milange. Foto de João Nhanga.

Os líderes comunitários (conhecidos como sobas), compartilharam suas opiniões e experiências com relação ao projecto.

“Desde o nosso primeiro encontro em novembro de 2023, já vemos os sinais positivos do projecto, hoje com a entrega de enxadas, catanas, limas e machados,” explicou Cassanje.

Cassanje falava na ocasião em que membros da comunidade de Kimbamba receberam utensilios de produção agrícola, para incentivar a população local a dar o seu máximo para que o projecto seja uma realidade na comunidade.

“Agradecemos a presença do projecto na nossa comunidade [...] mas não estamos totalmente satisfeitos com a distribuição dos materiais de produção,” expressou assim Gaspar Afonso João.

João expressou também um sentimento de insatisfação por conta da distribuição diferenciada dos materiais de produção.

“Os homens receberam catanas e as mulheres enxadas, o nosso desejo era que todos recebêssemos uma enxada e uma catana,” concluiu.

O soba Costa Cassanje de Kimbamba ajuda trazendo materias para produção agrícola para o ponto de distribuição. Kimbamba, Malanje. Foto de João Nhanga.
O soba Costa Cassanje de Kimbamba ajuda trazendo materias para produção agrícola para o ponto de distribuição. Kimbamba, Malanje. Foto de João Nhanga.

Porém, numa outra percepção, foi notório o contentamento de alguns líderes comunitários. Tal é o caso de Pedro Martins, que destacou o aspecto ecumênico na beneficiação por parte do projecto.

“O projeto beneficiou a todos, independentemente de sua filiação religiosa,” afirmou Martins.

“Aderimos ao projecto porque nos foi dito que era para toda a comunidade, não apenas para os membros da Igreja Metodista Unida, o que agradecemos a Deus e a Igreja,” sublinhou Martins.

José Francisco Mutumbua enfatizou que o objectivo do projecto é o crescimento e a sustentabilidade das comunidades.

“O importante é que possamos produzir para a sustentabilidade das nossas aldeias e nossas famílias, combatendo desse modo a fome e a pobreza,” ressalvou Mutumbua.

“O sucesso deste projecto depende da nossa dedicação. Se nos comprometermos, teremos produção e deixaremos de depender de terceiros,” concluiu.

Gilberto Guedes, da Monitoria e Avaliacção do projecto na Conferência do Leste de Angola, encorajou as comunidades a se organizarem de forma autónoma, sem a necessidade de contribuições financeiras para o projecto.

“Não é mal que as comunidades se organizem […] a nossa ponte são os líderes comunitários. Quando tiverem produtos, podem criar uma estrutura de liderança para organizarem a venda,” enfatizou Guedes.

Segunda fase de producão de milho do Projecto Yambasu na missão do Quessua, conferência do Leste de Angola. Malanje, foto de João Nhanga.
Segunda fase de producão de milho do Projecto Yambasu na missão do Quessua, conferência do Leste de Angola. Malanje, foto de João Nhanga.

Sobre a distribuição diferenciada dos materiais, isso é, homens catanas e mulheres enxadas, acrescentou Guedes dizendo “prevíamos o apoio à 300 famílias, mas aparecerem 618 famílias. Daí que, no intuito de beneficiar a todos, distribuiu-se catanas para homens e enxadas para mulheres, e todos acabaram saindo com uma ferramenta de produção”.

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Os desafios logísticos e da distribuição inicial de materiais, são reconhecidos como áreas a serem melhoradas. No entanto, a mensagem principal do Projecto Yambasu permanece clara: com união e trabalho dedicado, as comunidades podem transformar suas condições de vida e caminhar rumo a um futuro mais próspero e sustentável.

John Nday, missionário do Projecto Yambasu, ressaltou a necessidade de união e esforço conjunto para alcançar resultados significativos.

“O governo não pode resolver todas as suas necessidades,” disse Nday.

“O mais importante é trabalhar juntos ou em associação. A pobreza pode não ser completamente erradicada, mas através do Projecto Yambasu, podemos melhorar significativamente as condições de vida.”

Nday encorajou aos beneficiários para se sacrificarem pelo projecto por formas a que este se torne uma realidade na vida familiar, comunitária e eclesiástica.

*Nhanga é o comunicador da Conferência Anual do Leste de Angola das Notícias Metodista Unida. Contacto com a imprensa: Rev. Gustavo Vasquez, editor de notícias, em [email protected]. Para ler mais notícias da Metodista Unida, inscreva-se nos resumos quinzenais gratuitos.

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