A Mesa Conexional planifica o trabalho futuro

Ragghi Rain Calentine (à esquerda), um membro da Mesa Conexional e presidente do Grupo Internacional de Nativos Americanos da Igreja Metodista Unida, exibe um lenço Noohkom durante a reunião da Mesa Conexional de 24 a 27 de Outubro em Dallas. As mulheres Nativo-Americanas transportam os lenços para se lembrarem que as suas avós estão sempre a caminhar com elas, especialmente durante os tempos difíceis. Também na foto estão o Bispo da Área de Katanga Norte, Mande Muyombo, presidente da Mesa Conexional, e Judi Kenaston, a principal oficial conexional do orgao de liderança. Foto de Jim Patterson, Notícias da MU.
Ragghi Rain Calentine (à esquerda), um membro da Mesa Conexional e presidente do Grupo Internacional de Nativos Americanos da Igreja Metodista Unida, exibe um lenço Noohkom durante a reunião da Mesa Conexional de 24 a 27 de Outubro em Dallas. As mulheres Nativo-Americanas transportam os lenços para se lembrarem que as suas avós estão sempre a caminhar com elas, especialmente durante os tempos difíceis. Também na foto estão o Bispo da Área de Katanga Norte, Mande Muyombo, presidente da Mesa Conexional, e Judi Kenaston, a principal oficial conexional do orgao de liderança. Foto de Jim Patterson, Notícias da MU.

Pontos Chave:

  • Os membros da Mesa Conexional, a maioria dos quais são novos, reuniram-se de 24 a 27 de Outubro em Dallas para uma orientação destinada a ajudá-los a planificar "um novo future.”
  • O orgão de liderança coordena os ministérios e recursos da denominação.
  • Um dos pontos principais da orientação foi aprender mais sobre o colonialismo, o conexionalismo e a regionalização.
  • O pedido de desculpas do Presidente Biden pelo papel do governo nos internatos dos Nativos Americanos levou Ragghi Rain Calentine, membro da Mesa Conexional, a subir ao pódio para celebrar o momento.

Antes que alguém pudesse tomar uma segunda chávena de café, o Bispo Mande Muyombo enfatizou aos membros da Mesa Conexional a importância do seu trabalho.

"A Mesa Conexional deve estar atenta e colocar os pobres, as viúvas, os imigrantes, os sem-abrigo, as minorias, os doentes, os deficientes, os rejeitados, os afectados por guerras, violência, furacões, desastres naturais e pandemias de saúde ... como suas prioridades," disse ele no primeiro dia da reunião de 24 a 27 de Outubro na Primeira Igreja Metodista Unida, Dallas.

"Ou então Cristo Jesus não terá outra escolha senão virar a mesa."

Muyombo, que lidera a Área do Katanga Norte, que engloba a Tanzânia e partes do Congo, é o presidente da Mesa Conexional. Trata-se de um órgão de liderança que coordena a missão, os recursos e os ministérios de toda a denominação. Cerca de 80% dos actuais membros da orgão são novos.

Ashley Boggan D., executiva de topo da Comissão Metodista Unida de Arquivos e História, fala a 26 de Outubro no Dallas Marriott Downtown durante a formação de orientação para os membros da Mesa Conexional. O Bispo Mande Muyombo da Área Norte de Katanga em África está à esquerda de Boggan. Foto do Rev. Scott Hughes, Ministérios de Discipulado.
Ashley Boggan D., executiva de topo da Comissão Metodista Unida de Arquivos e História, fala a 26 de Outubro no Dallas Marriott Downtown durante a formação de orientação para os membros da Mesa Conexional. O Bispo Mande Muyombo da Área Norte de Katanga em África está à esquerda de Boggan. Foto do Rev. Scott Hughes, Ministérios de Discipulado.

Para os ajudar a orientarem-se, David Scott, director sénior de teologia da missão e planificacao estratégica na Junta dos Ministérios Globais da Metodista Unida, falou durante a reunião sobre tópicos relevantes, incluindo colonialismo, conexionalismo e regionalização. A Mesa Conexional ajudou a desenvolver a legislação de regionalização aprovada pela Conferência Geral.

Num momento de sorte, a 24 de Outubro, chegou à conferência a notícia de que o Presidente Biden, nesse dia, pediu formalmente desculpas pelo papel do governo nos internatos onde, durante décadas, as crianças Nativas Americanas foram ensinadas a descartarem a sua cultura para que pudessem assimilar melhor a corrente dominante. Algumas dessas escolas eram dirigidas por metodistas.

O anúncio inspirou Ragghi Rain Calentine, um membro da Mesa Conexional, a subir inesperadamente ao pódio para celebrar a notícia, que se enquadrava perfeitamente num tema importante da reunião: abraçar e respeitar em vez de tentar mudar as pessoas de outras culturas.

"O Presidente Biden falou a verdade hoje," disse um apaixonado Calentine, presidente do Grupo Internacional de Nativos Americanos da Igreja Metodista Unida. "Em 6 de Outubro de 1879, as portas da primeira escola da reserva foram abertas em Carlisle, Pensilvânia, sob a liderança do Capitão Richard Pratt. O seu lema, que penso que muitos de vós conhecem, era "Matar o Indio e salvar o homem".

"As palavras que não estavam escritas eram: 'Por todos os meios necessários, incluindo a disciplina, a tortura e a morte,'”’

Segundo ela, crianças com apenas 4 anos de idade "foram arrancadas dos corações das suas comunidades e famílias carinhosas e levadas para os internatos."

"O que podemos fazer como Igreja Metodista Unida é aprender a verdade e reconhecer a atrocidade que os Cristãos cometeram contra as crianças, e também contra as famílias e as comunidades," disse ela.

"Não foi feito por acaso. Foi feito de propósito para nos destruir."

O Rev. Edlen Cowey (ao centro), pastor sénior da Igreja Metodista Unida Munger em Dallas, ajuda a servir a Sagrada Comunhão no dia 24 de Outubro durante a formação de orientação para os membros da Mesa Conexional, assistido por Gisele Seixas (à direita), gestora de operações e assistente executiva da Mesa Conexional. Foto de Jim Patterson, Notícias da MU.
O Rev. Edlen Cowey (ao centro), pastor sénior da Igreja Metodista Unida Munger em Dallas, ajuda a servir a Sagrada Comunhão no dia 24 de Outubro durante a formação de orientação para os membros da Mesa Conexional, assistido por Gisele Seixas (à direita), gestora de operações e assistente executiva da Mesa Conexional. Foto de Jim Patterson, Notícias da MU.

Uma das principais ênfases da orientação dos membros da Mesa Conexional foi a rejeição de atitudes coloniais que assumem que as outras culturas são inferiores.

"(Fazer parte da Mesa Conexional) é uma novidade para (a maioria) deste grupo de pessoas," disse Judi Kenaston, a principal responsável pela Mesa Conexional. "Por isso, queríamos realmente que eles compreendessem a história da Mesa Conexional. ... Penso que onde estivemos é muito importante para sabermos para onde precisamos de ir."

O grupo trabalha com o orgao do Conselho Geral de Finanças e Administração na aprovação dos planos anuais de despesas das agências e no desenvolvimento do orçamento denominacional de quatro anos que é apresentado aos delegados da Conferência Geral.

Na assembleia legislativa de Charlotte, Carolina do Norte, no início deste ano, os delegados aprovaram um orçamento para 2025-2028 de 373,4 milhões de dólares. Este total está dependente das taxas de colecta das contribuições a serem de 90% ou mais nos próximos dois anos. Se o valor das contribuições for inferior a essa percentagem, o resultado final do orçamento será de 353,6 milhões de dólares. O total aprovado é significativamente mais pequeno do que o orçamento de 604 milhões de dólares aprovado pela Conferência Geral de 2016.

Entre as responsabilidades imediatas da Mesa Conexional está a análise dos próximos passos que serão necessários se um plano de regionalização for aprovado por uma votação total de dois terços dos eleitores leigos e clérigos da conferência anual no próximo ano. Isso incluiria descobrir que legislação deve ser oferecida à Conferência Geral em 2028 para facilitar o processo de implementação da regionalização.

A Mesa Conexional também precisa de apresentar uma declaração de visão para a igreja oferecer ao Conselho dos Bispos.

Scott descreveu este tempo na igreja como "um momento Kairos," ou seja, um período de tempo oportuno e decisivo.

"Este é um dom que Deus deu à Igreja para nos chamar a este momento em que as janelas da oportunidade estão abertas, para nos convidar a este trabalho sagrado de reimaginar a Igreja e o que ela pode ser," disse.

David Scott (de pé), diretor sénior de teologia da missão e planificacao estratégica para a Junta dos Ministérios Globais da Metodista Unida, escuta os membros da Mesa Conexional a discutirem o colonialismo no dia 24 de Outubro durante a formação de orientação em Dallas. Foto de Jim Patterson, Notícias da MU.
David Scott (de pé), diretor sénior de teologia da missão e planificacao estratégica para a Junta dos Ministérios Globais da Metodista Unida, escuta os membros da Mesa Conexional a discutirem o colonialismo no dia 24 de Outubro durante a formação de orientação em Dallas. Foto de Jim Patterson, Notícias da MU.

A tendência para agir como autoridade moral em relação ao que as pessoas de outras culturas devem acreditar ou fazer, com base numa suposição de superioridade, tem de ser posta de parte, disse Scott. São sintomas do pensamento colonial adoptados pelos impérios.

"Os missionários (Cristãos) foram tentados pelo orgulho," disse Scott. "Eles pensavam que tinham coisas melhores na sua cultura do que os outros povos nas suas culturas. Inicialmente, queriam partilhar essas coisas por generosidade, mas o orgulho tentou-os e disseram-lhes que tinham coisas melhores porque eram pessoas melhores."

Em vez disso, Scott disse que as interações dos Metodistas Unidos com outras culturas, independentemente da prosperidade e das diferenças culturais, têm de ser conduzidas com igualdade e respeito. Se isso não for feito, uma perspetiva colonialista pode resultar em atitudes centradas nos EUA que rebaixam as próprias pessoas que os Metodistas desejam ajudar.

O conexionalismo e a regionalização são formas de resolver estes males, disse Scott.

"A minha convicção é que as soluções que Deus nos oferece para o problema do centrismo dos EUA e do império Americano na Igreja Metodista Unida ainda envolvem estarmos ligados uns aos outros," disse ele.

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"Algumas pessoas e grupos já deixaram a Igreja Metodista Unida ou estão em vias de o fazer," acrescentou. "O trabalho de moldar o futuro é um trabalho que pertence àqueles de nós que decidiram permanecer. O trabalho à nossa frente é um trabalho para aqueles que estão empenhados em estar ligados uns aos outros."

O plano de regionalização aprovado na Conferência Geral tem como objectivo dar às diferentes regiões geográficas da Igreja Metodista Unida uma posição igual na tomada de decisões.

Para se concretizar, a regionalização requer a alteração da constituição da Igreja Metodista Unida. O Conselho dos Bispos espera que todas as conferências anuais votem as emendas até o final de 2025. Os bispos planificam contar os votos quando realizarem a sua reunião de primavera em 2026.

De acordo com a legislação, os EUA e cada conferência central - regiões eclesiásticas em África, Europa e Filipinas - tornar-se-iam conferências regionais com a mesma autoridade para adaptar o Livro de Disciplina, o livro de normas da denominação, para uma maior eficácia missionária.

De acordo com o plano, cada conferência regional teria autoridade para:

  • Estabelecer e publicar uma Disciplina regional com legislação relativa às estruturas da igreja dentro dos seus limites, incluindo qualificações e requisitos educacionais dos clerigos e dos ministérios leigos especializados
  • Estabelecer normas de carácter e outras qualificações para a admissão de membros leigos.
  • Estabelecer e publicar um hinário regional e um ritual de igreja, incluindo para o casamento e o enterro. Os ritos aprovados teriam de estar em conformidade com as doutrinas fundamentais da Igreja Metodista Unida e de acordo com as leis locais.
  • Permitir que as conferências anuais adoptem estruturas adequadas à sua missão enquanto mantêm as estruturas mandatadas pela Conferência Geral.

"Todas as conferências regionais partilham a mesma constituição, normas doutrinais e Princípios Sociais promulgados pela Conferência Geral," disse Scott. "Estes não podem ser adaptados pelas conferências regionais. O Conselho dos Bispos, o Conselho Judicial, as agências gerais e a Conferência Geral são totalmente mantidos."

Os membros da Mesa Conexional disseram que a informação que receberam nas reuniões foi valiosa.

"Há várias opiniões, mas sinto que as pessoas querem realmente fazer parte de uma solução para avançar," disse o Bispo David Graves, da Conferência Alabama-Flórida Ocidental. "Não vejo retrocesso ou resistência, apenas um grande espírito."

O Bispo reformado Julius C. Trimble, executivo de topo da Junta da Igreja e Sociedade da Metodista Unida, disse que o momento Kairos é "uma oportunidade, pós-pandemia, pós-desafiliação, para a igreja realmente se inclinar em conjunto para um novo futuro para a Igreja Metodista Unida".

A Bispa Delores J. Williamston, da Conferência do Louisiana, disse estar optimista quanto ao futuro.

"Tenho esperança de que consigamos ultrapassar algumas das coisas que nos fizeram ficar bloqueados, e espero que tenhamos as verdadeiras conversas e nos ouçamos profundamente uns aos outros, para que possamos ser verdadeiramente irmãos e irmãs em Cristo."

*Patterson é um repórter da Notícias da MU em Nashville, Tennessee. Contacte-o através do número 615-742-5470 ou [email protected]. Para ler mais notícias da Igreja Metodista Unida, subscreva aos resumos Diários ou Semanais gratuitos.

** Sambo é o correspondente Lusofono em África para as Notícias da MU.

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