Missionários fazem a diferença em Angola

Pontos principais:

  • Duas  missionárias da Junta Geral dos Ministérios Globais tiveram impacto nas áreas de saúde pública e agricultura na Conferência do Oeste de Angola.
  • Para Tapiwanashe Moreblessing Manyeza, do Zimbábue, e Nana Kutela Fatuma Katembo, da República Democrática do Congo, trabalhar em Angola exigiu adaptação a um novo contexto e idioma.
  • Tanto Katembo ( missionária global), quanto Manyeza( bolseira dos ministérios globais), estão entre os missionários metodistas unidos que atuam em cerca de 60 países.

A fé e a amizade ajudaram duas missionárias em Angola a prosperar numa nova cultura e a implementar programas que estão mudando vidas.

Tapiwanashe “Nashe” Moreblessing Manyeza,  Zimbabueana, e Nana Kutela Fatuma Katembo, da República Democrática do Congo, foram conectadas em missão pela  junta dos ministérios globais, a agência missionária da Igreja Metodista Unida.

Ser designada para um país de língua portuguesa exigiu aprender um novo idioma e adaptar-se a um novo contexto. “Sou extrovertida e adoro aprender coisas novas e interagir com pessoas de todas as idades”, disse Manyeza. “A ideia de viajar para Angola, onde eu não conhecia ninguém e não falava o idioma local, era muito empolgante para mim, embora tenha ficado nervosa em alguns momentos, mas recebi apoio emocional da minha família.”

“Graças a Deus, conheci a Nana em Angola, e ela foi como uma irmã para mim e ajudou-me muito, porque os dois primeiros meses foram muito difíceis”, disse ela. “Quando finalmente consegui me comunicar, as coisas começaram a encaixa-se.”

Tapiwanashe Moreblessing Manyeza (à esquerda) e um jovem preparam funge de bombó, um prato típico de Angola, para compartilhar no almoço na província de Mucondo-Bengo. Manyeza visitou a comunidade em junho de 2024 para avaliar as suas necessidades de água potável. Foto cortesia de Tapiwanashe Moreblessing Manyeza.

Manyeza, uma missionária dos ministérios globais  , serviu na Conferência Anual do Oeste de Angola por dois anos, trabalhando no departamento de saúde da igreja como assistente de programas de saúde. Ela concluiu recentemente a sua missão como parte da turma de bolseiros dos ministérios globais de 2023-2025.

Katembo, missionária dos ministérios globais, atua em Angola há nove anos. Ela é especialista em agricultura e trabalha com pessoas de baixa renda em áreas rurais.

A Junta dos Ministérios Globais da IMU que conta com missionários em cerca de 60 países, oferece oportunidades para que as pessoas sirvam como Missionários Globais , Bolseiros dos Ministérios Globais e como voluntários em missões de curta duração. Os participantes têm a oportunidade de ingressar em novas comunidades, construir relacionamentos e trabalhar para superar desafios sistêmicos. Em parceria com organizações comunitárias, eles abordam questões como migração/imigração, necessidades educacionais, problemas de saúde pública e pobreza. 

Manyeza, que estudou saúde pública, colocou a  sua formação em prática em Angola, trabalhando com o departamento de saúde da igreja e criou uma clínica móvel que oferecia assistência médica às comunidades locais. Ela e a comissão de saúde da Conferência do oeste de Angola visitavam congregações aos domingos e educavam-nas  sobre doenças como cólera e malária. Durante um surto de cólera em janeiro, Manyeza fez parceria com o Conselho de Igrejas Cristãs em  Angola e juntos identificaram quatro comunidades onde conscientizaram a população sobre a doença e distribuíram kits de higiene.

“Quando cheguei a Angola, o setor de saúde pública do departamento da igreja não estava funcionando bem”, disse Manyeza. Além de iniciar a clínica móvel, ela  capacitou profissionais de saúde no distrito de Luanda. “Também conseguimos realizar a primeira marcha no ano passado e conscientizar a população sobre questões de saúde que afetam a comunidade angolana”, acrescentou.

Katembo, que tem formação em agricultura e recursos naturais, começou a trabalhar como técnica agrícola na Conferência Anual do Oeste de Angola em 2016. Seu marido, Dieudonne Kutela Katembo, é missionário na Conferência do Leste de  Angola.

Nana Kutela Fatuma Katembo (no centro) distribui sementes de amendoim para mulheres em Caxito, Angola, como parte do ministério agrícola da igreja no país. Katembo, missionária global, tem formação em agricultura e recursos naturais e atua na Conferência Anual do Oeste de Angola desde 2016. Foto cortesia de Nana Kutela Fatuma Katembo.

A segurança alimentar e os ministérios agrícolas são importantes na Conferência do Oeste de  Angola, onde 75% das 428 congregações estão localizadas em áreas rurais. A igreja busca apoiar projetos agrícolas e ajudar as comunidades a alcançarem a autossuficiência econômica. Ela mantém uma escola agrícola em Caxito e possui  parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agrário, que fornece sementes e fertilizantes periodicamente.

Quando Katembo chegou a Angola, a Conferência já havia reservado um terreno para o ministério missionário.  

“ Recebi um terreno em Caxito que tinha algumas mangueiras plantadas pelos missionários da UMVIM (Voluntários Metodistas Unidos em Missão) que haviam visitado Angola”, disse ela. Nana Katembo começou por conhecer as viúvas dos pastores e a conversar com elas sobre as suas necessidades. “Usei alguns recursos pessoais para comprar sementes e comecei a plantá-las com a ajuda de dois jovens que começaram a trabalhar comigo. Conseguimos produzir legumes e distribuí-los nas casas das viúvas, e esta ação tornou-se  numa rotina para nós, durante um tempo”.

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Uma doação de 500 dólares de um grupo de visitantes metodistas unidos da Conferência Califórnia-Nevada — que tem trabalhado em parceria com a Conferência Anual do Oeste de Angola, na construção de uma clínica no Bom Jesus — permitiu a Katembo adquirir uma parcela de terra para que as mulheres locais possam cultivar como recurso de subsistência. As mulheres estão a usar a terra para cultivar vegetais e estão produzindo derivados como  pasta de tomate.

Katembo tem também realizado trabalhos de desenvolvimento comunitário, incluindo aulas de costura e fabrico de sabão. Um jardim de infância também foi aberto para crianças. “Muitas destas crianças tinham problemas de desnutrição, isso motivou-nos a encontrar uma forma de cuidar delas”, disse ela. Durante a pandemia do COVID-19, Katembo teve a ideia de construir um centro comunitário, que tem a sua inauguração prevista pão o próximo ano. “Graças a Deus, agora temos uma quinta”, disse ela. “A terra Que começou com apenas algumas mangueiras transformou-se numa quinta com muitas outras árvores de frutos  e duas grandes pocilgas. Temos uma plantação de muitas culturas, como tomates, cebolas, couves, espinafres, beringelas e outras.” A quinta é apoiada pelos Ministérios Globais de diversas formas, uma delas é através do projecto agrícola Yambasu junto da  Conferência do Oeste de  Angola. Tanto Manyeza como Katembo veêm o seu trabalho dar frutos.

“Vejo-me como alguém que construiu uma base sólida neste sector ao nível da conferência”, disse Manyeza. “Sinto que abri a mente das pessoas para um mundo de possibilidades e espero, pela graça de Deus que outros missionários  possam fazer muito mais no futuro. Uma coisa de que sempre me lembrei é que nunca estive sozinha; Deus faz  parte da minha história.” Katembo disse: “Considero o meu trabalho um sucesso porque as coisas estão a acontecer. Estamos a mudar a vida das pessoas para melhor”.

Ndalamba é correspondente da UM News e Superintendente Distrital do Distrito Kwanza-Norte da Conferência do Oeste de  Angola.

Contacto para a imprensa: Julie Dwyer, pelo telefone (615) 742-5470 ou pelo e-mail [email protected].

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