Pontos Chaves:
- O festival “Ecos do Metodismo” tem como objectivo promover valores cristãos junto das novas gerações, com enfoque para a formação ética, espiritual e cultural de crianças e jovens.
- O festival transcendeu as fronteiras da Igreja Metodista Unida em Angola (IMUA) e reuniu corais e cantores de diversas denominações.
- Mais de 15.000 cristãos marcaram presença no estádio dos Coqueiros e transformaram o espaço desportivo num vibrante santuário ao ar livre.
A 3ª Edição do Festival “Ecos do Metodismo”, realizado pela Fundação GGMF (Gianni Gaspar Martins) e produzida pela Monumental Gospel, consolida-se como o maior encontro da música gospel de Angola.
O Estádio dos Coqueiros foi o palco de uma monumental demonstração de fé e poder vocal, no domingo, 28 de setembro. O festival "Ecos do Metodismo" não apenas cumpriu a sua promessa de comunhão espiritual, mas também se afirmou como um dos mais importantes eventos religioso-cultural do país. Milhares de fiéis e entusiastas da música gospel lotaram o recinto, transformando o espaço desportivo num vibrante santuário ao ar livre.
A iniciativa, promovida pela Fundação GGMF (Gianni Gaspar Martins), com a produção impecável da Monumental Gospel, transcendeu as fronteiras da Igreja Metodista Unida em Angola (IMUA) e reuniu corais e grupos de diversas denominações.
O Poder da Voz - Do Hinário à Identidade Nacional
Manuel Fiel, CEO da Monumental Gospel, disse que o projeto "Ecos do Metodismo" nasceu com a missão de desenvolver e promover o movimento artístico-cultural evangélico angolano, dando uma roupagem com marca africana aos clássicos do hinário "Povo Cantai". E foi exatamente essa fusão que ditou o ritmo e a emoção do festival.
"Não é apenas um concerto, é uma celebração da nossa identidade através da fé. Pegamos a força dos nossos hinos e a misturamos com a pulsação do nosso continente," disse Fiel.
Desde as primeiras horas da tarde, uma corrente humana colorida e fervorosa acorreu ao estádio. Famílias, jovens e membros de corais vindo de diferentes regiões de Luanda e da vizinha província do Icolo e Bengo, testemunharam o espetáculo de dezenas de grupos, cujo talento e sincronia demonstraram o alto nível do movimento coral angolano.
O destaque da noite coube, naturalmente, ao Coral Ecos do Metodismo, que emprestou o nome e a inspiração ao festival. Sua performance emocionou o público, mesclando arranjos sofisticados com a profundidade das mensagens de fé, com hinos que ressoaram por todo o estádio, como "Mais Perto Quero Estar" e outros cânticos tradicionais do repertório evangélico.
Estrutura e Impacto realizam uma produção à altura
A Monumental Gospel foi a responsável por garantir que a estrutura do evento estivesse à altura da grandiosidade da pauta. A qualidade do som, a iluminação cênica e a organização logística foram pontos altos, proporcionando uma experiência imersiva para a vasta audiência.
O sucesso do "Ecos do Metodismo" reforça não só o dinamismo da música gospel em Angola, mas também o potencial de eventos culturais de grande porte no país. A GGMF e a Monumental Gospel demonstram que com visão e investimento, é possível criar marcas musicais de impacto que mobilizam milhares de pessoas em torno de valores cristãos e tradições.
O Bispo Gaspar João Domingos, bispo residente da Conferência Anual do Oeste de Angola, presente no acto, realçou que o festival tornou-se num marco de vida para todos os cristãos em Angola. “Esta é a evidência de que a semente lançada germinou. Um projecto que começou de forma simples, mas que hoje reflecte o amor do povo pela música, pela fé e pela comunhão,”afirmou o Bispo Gaspar.
Giani Martins, CEO da GGMF, falando para os presentes, considerou que o projecto um dia envisionado por sua avó, Isabel Policarpo, de dar alma e voz aos hinos do hinário “povo cantai”, tornou-se numa realidade. “Ver este estádio repleto de irmãos, unidos para glorificar o nosso Deus, é para mim um sonho concretizado,” disse Gianni.
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Efraim António, director de Marketing da Monumental Gospel, afirmou que a superação resulta de um esforço colectivo, apesar dos desafios enfrentados na materialização do projecto. “Ultrapassamos as 15 mil pessoas. É algo inédito. As bancadas estavam lotadas e o relvado preenchido. Com trabalho e oração, conseguimos alcançar algo extraordinário.” Afirmou Efraim.
Para o sociólogo Filipe Calunga, o Ecos do Metodismo desempenha um papel fundamental na promoção da cultura sacra. “Sendo a cultura o elemento que rege a vida de um povo, é imprescindível que se promovam valores úteis à sociedade. Neste sentido, o projecto Ecos do Metodismo constitui um valor acrescentado à cultura angolana, pois proclama uma mensagem de paz, cura, salvação, unidade, fraternidade, coragem, resistência, resiliência, esperança e vitória,” ressaltou Calunga.
“O verdadeiro cristianismo tem muito a dizer e a fazer pela pacificação e pelo progresso da Nação. Aliás, não fosse a participação activa da Igreja na formação de quadros, na defesa da liberdade e na promoção dos valores democráticos, a independência de Angola teria tardado ainda mais, ” acrescentou Calunga.
Sobre o imponente palco, o festival contou com o coro principal que dá nome ao projecto “Ecos do Metodismo”. Além dele, COCEVAL, coro de mulheres da Igreja Metodista Unida de Moisés, Harpa Dourada, Vozes da Vida, Tanque da Graça, Coral Fraternidade e Vozes de Sinai. Contou também com músicos individuais como Geraldo Saco, Nair Nany, Irmã Catila, Jackson Falcão, Kapacata, Victor António, Irmã Cubana, Palmira de Carvalho, entre outros.
O festival Ecos do Metodismo 2025 não foi apenas mais uma noite de música gospel. Foi a prova de que fé e profissionalismo, quando caminhando lado a lado, podem mover montanhas e multidões.
Da Cruz é comunicador da Conferência Anual do Oeste de Angola.