Universidade de África reinicia o programa da malaria

Funcionários do Programa de Apoio Entomológico ao Combate à Malária do Zimbabwe no interior do insetário da Universidade de África em Mutare, Zimbabwe, durante a reinauguração do seu laboratório de investigação a 27 de Agosto. O programa foi encerrado no início deste ano após a suspensão do financiamento da USAID. Da esquerda para a direita: Sungano Mharakurwa, Vuyisile Mthokozisi Mathe, Joseph Makanda, Fanuel Toto, Hieronymo Masendu, Petros Kawadza e Violla Chimwayi. Foto de Ben Smith, UM News.
Funcionários do Programa de Apoio Entomológico ao Combate à Malária do Zimbabwe no interior do insetário da Universidade de África em Mutare, Zimbabwe, durante a reinauguração do seu laboratório de investigação a 27 de Agosto. O programa foi encerrado no início deste ano após a suspensão do financiamento da USAID. Da esquerda para a direita: Sungano Mharakurwa, Vuyisile Mthokozisi Mathe, Joseph Makanda, Fanuel Toto, Hieronymo Masendu, Petros Kawadza e Violla Chimwayi. Foto de Ben Smith, UM News.

Palavras-Chave:

  • Quando a administração Trump desmantelou a infraestrutura da USAID e cortou a ajuda externa no início deste ano, o programa de investigação sobre a malária da Universidade de África perdeu mais de 900 mil dólares em apoio.
  • O Conselho Metodista Unido dos Ministérios Globais interveio para providenciar financiamento de emergência como parte duma parceria de quatro anos com a Universidade.
  • As fortes chuvas desde o corte no financiamento criaram condições ideais para a reprodução de mosquitos, permitindo que a malária «ressurgisse com força total e revertesse ganhos consideráveis», disse Sungano Mharakurwa, diretor do programa.

A Universidade de África reabriu o seu programa de combate à malária meses depois duma ordem executiva dos EUA ter congelado abruptamente o financiamento à agência federal que presta ajuda e apoio ao desenvolvimento em todo o mundo, obrigando o centro de investigação a suspender as suas operações.

O Conselho dos Ministérios Globais da Igreja Metodista Unida está a dar financiamento de emergência ao Programa de Apoio Entomológico do Zimbabwe para a Malária e está empenhado em ajudar a sustentar o programa no Zimbabwe, para garantir a continuidade na luta contra uma das doenças mais mortais de África.

«Isto significa o retorno da esperança a milhões de pessoas no Zimbabwe — 70% da população — em risco de contrair a malária falciparum mortal», disse Sungano Mharakurwa, diretor do programa. «Através da nossa aliança com o Programa Nacional de Controlo da Malária do Ministério da Saúde, as comunidades beneficiam de estratégias de controlo e eliminação baseadas em evidências que salvam vidas.»

Os Ministérios Globais entraram em   parcecia quadrienal com a Universidade Metodista Unida em Junho para apoiar a investigação e inovação em saúde pública e agricultura.

«Estou feliz que os Ministérios Globais possam ajudar a Universidade de África a reiniciar este programa, que é um trabalho necessário em resposta a esta doença devastadora», disse Roland Fernandes, executivo sênior dos Ministérios Globais e do Conselho Metodista Unido da Educação Superior e Ministérios.

Petros Kawadza, assistente sénior do insectário do programa ZENTO da Universidade de África, mostra aos visitantes como o laboratório cria mosquitos para os testes. Com o apoio financeiro do Conselho Metodista Unido dos Ministérios Globais, a universidade reabriu o seu laboratório de investigação. Lançado em 2021 com o apoio da USAID, o programa tornou-se o principal centro de vigilância da malária do Zimbabwe. Foto de Ben Smith, UM News.
Petros Kawadza, assistente sénior do insectário do programa ZENTO da Universidade de África, mostra aos visitantes como o laboratório cria mosquitos para os testes. Com o apoio financeiro do Conselho Metodista Unido dos Ministérios Globais, a universidade reabriu o seu laboratório de investigação. Lançado em 2021 com o apoio da USAID, o programa tornou-se o principal centro de vigilância da malária do Zimbabwe. Foto de Ben Smith, UM News.

A reabertura do programa chamado ZENTO, realça a vulnerabilidade das iniciativas de saúde Africanas às mudanças das políticas estrangeiras e o papel fundamental das parcerias religiosas para ajudar a preencher esta lacuna. Quando o governo Trump desmantelou a infraestrutura da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional e cortou a ajuda externa no início deste ano, ZENTO perdeu mais que $900,000 em apoios e anos de progresso colocados em risco.

Lançado em 2021 com o apoio da USAID, o ZENTO tornou-se o principal centro de vigilância da malária do Zimbabwe. Os seus cientistas identificam espécies de mosquitos, monitoram a resistência aos inseticidas e orientam o uso de redes tratadas com inseticida e campanhas de pulverização interna.

Em 2023, o ZENTO tornou-se a primeira instituição privada no Zimbabwe autorizada a inserir dados entomológicos no Sistema Nacional e Global de Informação Distrital de Saúde — um marco na vigilância de doenças.

O programa opera em sete distritos nas províncias de Manicaland e Mashonaland Oriental, incluindo o distrito de Mutasa, onde se localiza a Universidade de Africa. Para as comunidades locais e de todo o país, os dados da ZENTO informam sobre intervenções de primeira linha que previnem infeções e salvam vidas.

O congelamento do financiamento obrigou a Universidade de Africa a reduzir o número de funcionários, ameaçando a sua capacidade de manter laboratórios de investigação e formar a próxima geração de cientistas.

O momento revelou-se especialmente devastador. As chuvas intensas desde o corte no financiamento criaram condições ideais para a reprodução de mosquitos.

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Mharakurwa disse que os desenvolvimentos permitiram que a malária «ressurgisse com força vingativa e revertesse ganhos consideráveis». O apoio renovado dos Ministérios Globais, disse ele, «restaura a possibilidade real de reverter a maré contra a doença devastadora, a mortalidade e o impedimento económico que a malária impõe à humanidade no Zimbabwe e além, e de, eventualmente, eliminar a doença».

O financiamento de emergência dos Ministérios Globais está a permitir que o programa reabra e continue o seu trabalho enquanto se buscam fontes adicionais de financiamento. A intervenção da Igreja demonstra tanto um compromisso com a Universidade de África quanto um papel contínuo nas parcerias globais de saúde.

Na cerimónia de rededicação, o capelão da Universidade de África conduziu os participantes numa dedicação de chamada e resposta, fundamentando o momento na fé, exaltando a conexão Metodista Unida e a missão compartilhada.

Os convidados visitaram os laboratórios de entomologia, onde os cientistas demonstraram as unidades de criação de mosquitos, as ferramentas de vigilância e os sistemas de dados novamente operacionais. A equipa da ZENTO enfatizou a importância do seu trabalho para o plano nacional de eliminação da malária do Zimbabwe.

Uma equipa visitante de missionários Metodistas Unidos da Costa Rica e do Paraguai e membros da Conferência de Holston, no Tennessee, participaram do evento, ressaltando o alcance global da Igreja.

Malaria continua clamando perto de 600,000 vidas no mundo anualmente, a maioria delas crianças africanas. Para o Zimbabwe, o trabalho da ZENTO é fundamental para as metas nacionais de eliminação. Para a Universidade de África, o programa reforça o seu papel como instituição pan-africana de excelência, formando a próxima geração de cientistas e líderes em saúde pública.

Em conferência de imprensa do anúncio da parceria com os Ministérios Globais, o vice-reitor da Universidade de África, Reverendo Peter Mageto, elogiou a colaboração.

“Esta parceria é um testemunho poderoso do que a Universidade de África representa — esperança, resiliência e possibilidades. Numa altura em que muitas portas se fecharam, os Ministérios Globais continuaram a investir em soluções africanas, lideradas por mentes africanas», afirmou. 

«Com este apoio, os nossos professores e alunos podem continuar a fazer o que fazem de melhor: transformar conhecimento em ação e ação em mudança duradoura. O futuro está a chamar e, juntos, estamos a responder-lhe.»

Smith é especialista em multimédia da Conferência de Holston da Igreja Metodista Unida. Contacto para os meios de comunicação social: Julie Dwyer em [email protected]. Para mais leituras da United Methodist news, subscreva gratuito a UM News Digest.

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