
Palavras-Chave:
- Quando a administração Trump desmantelou a infraestrutura da USAID e cortou a ajuda externa no início deste ano, o programa de investigação sobre a malária da Universidade de África perdeu mais de 900 mil dólares em apoio.
- O Conselho Metodista Unido dos Ministérios Globais interveio para providenciar financiamento de emergência como parte duma parceria de quatro anos com a Universidade.
- As fortes chuvas desde o corte no financiamento criaram condições ideais para a reprodução de mosquitos, permitindo que a malária «ressurgisse com força total e revertesse ganhos consideráveis», disse Sungano Mharakurwa, diretor do programa.
A Universidade de África reabriu o seu programa de combate à malária meses depois duma ordem executiva dos EUA ter congelado abruptamente o financiamento à agência federal que presta ajuda e apoio ao desenvolvimento em todo o mundo, obrigando o centro de investigação a suspender as suas operações.
O Conselho dos Ministérios Globais da Igreja Metodista Unida está a dar financiamento de emergência ao Programa de Apoio Entomológico do Zimbabwe para a Malária e está empenhado em ajudar a sustentar o programa no Zimbabwe, para garantir a continuidade na luta contra uma das doenças mais mortais de África.
«Isto significa o retorno da esperança a milhões de pessoas no Zimbabwe — 70% da população — em risco de contrair a malária falciparum mortal», disse Sungano Mharakurwa, diretor do programa. «Através da nossa aliança com o Programa Nacional de Controlo da Malária do Ministério da Saúde, as comunidades beneficiam de estratégias de controlo e eliminação baseadas em evidências que salvam vidas.»
Os Ministérios Globais entraram em parcecia quadrienal com a Universidade Metodista Unida em Junho para apoiar a investigação e inovação em saúde pública e agricultura.
«Estou feliz que os Ministérios Globais possam ajudar a Universidade de África a reiniciar este programa, que é um trabalho necessário em resposta a esta doença devastadora», disse Roland Fernandes, executivo sênior dos Ministérios Globais e do Conselho Metodista Unido da Educação Superior e Ministérios.

A reabertura do programa chamado ZENTO, realça a vulnerabilidade das iniciativas de saúde Africanas às mudanças das políticas estrangeiras e o papel fundamental das parcerias religiosas para ajudar a preencher esta lacuna. Quando o governo Trump desmantelou a infraestrutura da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional e cortou a ajuda externa no início deste ano, ZENTO perdeu mais que $900,000 em apoios e anos de progresso colocados em risco.
Lançado em 2021 com o apoio da USAID, o ZENTO tornou-se o principal centro de vigilância da malária do Zimbabwe. Os seus cientistas identificam espécies de mosquitos, monitoram a resistência aos inseticidas e orientam o uso de redes tratadas com inseticida e campanhas de pulverização interna.
Em 2023, o ZENTO tornou-se a primeira instituição privada no Zimbabwe autorizada a inserir dados entomológicos no Sistema Nacional e Global de Informação Distrital de Saúde — um marco na vigilância de doenças.
O programa opera em sete distritos nas províncias de Manicaland e Mashonaland Oriental, incluindo o distrito de Mutasa, onde se localiza a Universidade de Africa. Para as comunidades locais e de todo o país, os dados da ZENTO informam sobre intervenções de primeira linha que previnem infeções e salvam vidas.
O congelamento do financiamento obrigou a Universidade de Africa a reduzir o número de funcionários, ameaçando a sua capacidade de manter laboratórios de investigação e formar a próxima geração de cientistas.
O momento revelou-se especialmente devastador. As chuvas intensas desde o corte no financiamento criaram condições ideais para a reprodução de mosquitos.
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Mharakurwa disse que os desenvolvimentos permitiram que a malária «ressurgisse com força vingativa e revertesse ganhos consideráveis». O apoio renovado dos Ministérios Globais, disse ele, «restaura a possibilidade real de reverter a maré contra a doença devastadora, a mortalidade e o impedimento económico que a malária impõe à humanidade no Zimbabwe e além, e de, eventualmente, eliminar a doença».
O financiamento de emergência dos Ministérios Globais está a permitir que o programa reabra e continue o seu trabalho enquanto se buscam fontes adicionais de financiamento. A intervenção da Igreja demonstra tanto um compromisso com a Universidade de África quanto um papel contínuo nas parcerias globais de saúde.
Na cerimónia de rededicação, o capelão da Universidade de África conduziu os participantes numa dedicação de chamada e resposta, fundamentando o momento na fé, exaltando a conexão Metodista Unida e a missão compartilhada.
Os convidados visitaram os laboratórios de entomologia, onde os cientistas demonstraram as unidades de criação de mosquitos, as ferramentas de vigilância e os sistemas de dados novamente operacionais. A equipa da ZENTO enfatizou a importância do seu trabalho para o plano nacional de eliminação da malária do Zimbabwe.
Uma equipa visitante de missionários Metodistas Unidos da Costa Rica e do Paraguai e membros da Conferência de Holston, no Tennessee, participaram do evento, ressaltando o alcance global da Igreja.
Malaria continua clamando perto de 600,000 vidas no mundo anualmente, a maioria delas crianças africanas. Para o Zimbabwe, o trabalho da ZENTO é fundamental para as metas nacionais de eliminação. Para a Universidade de África, o programa reforça o seu papel como instituição pan-africana de excelência, formando a próxima geração de cientistas e líderes em saúde pública.
Em conferência de imprensa do anúncio da parceria com os Ministérios Globais, o vice-reitor da Universidade de África, Reverendo Peter Mageto, elogiou a colaboração.
“Esta parceria é um testemunho poderoso do que a Universidade de África representa — esperança, resiliência e possibilidades. Numa altura em que muitas portas se fecharam, os Ministérios Globais continuaram a investir em soluções africanas, lideradas por mentes africanas», afirmou.
«Com este apoio, os nossos professores e alunos podem continuar a fazer o que fazem de melhor: transformar conhecimento em ação e ação em mudança duradoura. O futuro está a chamar e, juntos, estamos a responder-lhe.»
Smith é especialista em multimédia da Conferência de Holston da Igreja Metodista Unida. Contacto para os meios de comunicação social: Julie Dwyer em [email protected]. Para mais leituras da United Methodist news, subscreva gratuito a UM News Digest.