Adorar é avivar a consciência pela santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, purgar a imaginação pela beleza de Deus, abrir o coração ao amor de Deus, consagrar a vontade ao propósito de Deus (Willian Temple)
Vemos no Antigo Testamento que Deus, desde o princípio, estabeleceu a adoração como uma forma de o povo viver. Vemos que adoração a Ele, o buscá-lo para suas guerras e batalhas, ouvir a sua voz através dos profetas sempre foi algo que caminhou junto com o povo de Israel.
Deus sempre buscou uma forma de que seus/as filhos/as se aproximassem dEle, tivessem contato com Ele. Em Gênesis 3.8, na “viração do dia”, quando Deus caminhava pelo jardim, ou “ouviam a voz do Senhor”, vemos que Adão estava acostumado a estar com Deus. Enoque, em Gênesis 5.22-24, andou com Deus, e vemos que Ele o tomou para si, pois em seus trezentos e sessenta e cinco anos de vida, ele andou com Deus. Será que Enoque conhecia o que era adorar a Deus?
Vemos tantas histórias, tantos momentos na Bíblia, nos quais Deus amou e continua amando o Seu povo. Me arrisco a dizer que é por causa desse amor que começa a adoração. Assim como sabemos que Ele era, é e há de vir a ser, assim é a adoração, que começa com Ele, passa por Ele e termina nEle. Ela começa nEle, pois sempre houve adoração desde antes, Salmos 93.2, “Desde a antiguidade, está firme o teu Trono, tu és desde a eternidade”. Ela passa por Ele, pois Ele é “… entronizado entre os louvores de Israel”, Sl 22.3, e termina nEle, assim como em Apocalipse 7.12, “Amém! O louvor, e a gloria, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder e a força sejam ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém!”
Costumo dizer que dentro de nós existe um “DNA” de adoração. Fomos criados/as com adoração dentro de nós; o que precisamos saber é para onde vamos direcionar esta adoração. Normalmente o que mais sai de nossos lábios é o que realmente adoramos. Se falamos muito de futebol, de trabalho, de filhos, de Deus, de carro… Onde está o nosso foco, aí estará a nossa adoração. Isso não quer dizer que não podemos obviamente falar de outras coisas, mas o que me impressiona é ver quantas pessoas dizem que estão com Deus e que buscam a sua face, mas não dedicam nenhum tempo sequer para estar com Ele e ouvir a Sua voz. Ouvir a voz de Deus não é simplesmente ir à Igreja todos os domingos ou às programações eclesiásticas. Para ouvir a voz de Deus, é preciso fé (crendo que Ele realmente fala), tempo (onde percebemos que nunca “perdemos tempo” quando estamos com Ele, mas sim “gastamos tempo” com Ele) e “energia” (força, dedicação e desejo profundo).
Antes de Jesus ir ao Getsêmani, em Mateus 26.32, ele diz aos/às discípulos/as, “Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galileia”. Quando Ele ressuscitou, as mulheres foram ao sepulcro e o anjo disse: “Vão depressa e digam aos discípulos dele: Ele ressuscitou dentre os mortos e está indo adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. É como vos digo!” (Mateus 28.7). Galileia é um lugar de muitas montanhas, e eles tiveram que subir para se encontrar com Jesus e, quando o viram, o adoraram… (Mateus 28.16).
Adoração não é música, mas sim um desejo profundo de estar com Ele, até porque quando realmente vemos o Senhor, não tem como não se prostrar e adorá-Lo. Esse desejo de estar com Ele, de ouvir Sua doce voz é gerado porque existe dentro de nós um amor que nos preenche por completo. A Bíblia nos diz em I Jo 4.19: “nós amamos porque Ele nos amou primeiro”. É este amor que nos une a Ele mesmo e nos leva a adorá-Lo com o melhor que temos e com tudo que somos.
Separe um tempo para estar com Ele, deseje profundamente estar com Ele e sua vida será infinitamente diferente. Lembre-se: adoração não é música, mas sim um estilo de vida!
* Nelson Junker, www.nelsonjunker.com.br